27 novembro 2011

Egoísmo

Pensamentos não fazem bem se ao coração inquietam e martirizam. Não deviam haver asas então que suportassem vôos tão , por vezes, tenebrosos. Ah mentes inquietas, humanas falíveis, que julgam o outro e não ousam perdão. Por vezes a noite, quando as luzes já não estão tão, tão mais perto de mim, vasculho reminiscências de outros dias em minha tela mental. E que tela! Poderia eu pensar em paisagens ou contos sãos, mas muitas vezes me preocupo ou angustio demais com o que não sei se pode ou não acontecer. Filete de sonhos estão escassos em noites assim. Quase não vejo dentro desse breu inquietante os vaga-lumes que conquistei com minhas orações. Dói não é? Querer ser um só em meio a um milhão é irresistível e não convém. Não convém, menina, olhar só pro centro do seu corpo e pensar que dali partem todos os monstros devoradores de quietude.
Segredos sem fim transbordam das multidões. Se você reparar por segundos picados verá lágrima e dor também do outro lado da rua, também do bairro vizinho, também de outros destinos. Mas porque é tão aconchegante afinal se sentir um só? Ah! "Hoje não me contenho em queixas e minhas lágrimas evaporam no calor dos meus pensamentos agitadíssimos." dizia parte de mim outro dia dentro de outros dias.
Sabe, fica mais tranquilo se o ar que respiramos for igual ao ar que os outros respiram.