12 outubro 2012

A Culpa é das Estrelas

A Culpa é das Estrelas (John Green) foi um dos livros que me sugaram por um dia de divagações, admito. Li em um dia (com interrupções desesperadoras, para levar minha mãe ao sacolão, ao supermercado, a feira, etc. , o que me tomou algumas horas de leitura) e tenho que dizer que como julguei a princípio que não me encantaria, perdi a aposta.
Hazel Grace é a protagonista e narradora em uma fase terminal de um câncer que condena sua respiração à necessidade de uma cânula de oxigênio nas narinas e um aparelho a noite que cumpra a função de seus pulmões. Os preenchimentos do vazio causados pela dor da doença, são tomados, no entanto -e okay , de forma super doce - pelo amor por Augustus. Com toda certeza não posso ficar desenrolando a história pois cada detalhe mínimo é quase um passo ao capítulo seguinte.
Não é, no entanto, um livro sobre o câncer - que claro, aparece inevitavelmente o tempo inteiro na narrativa, só que como figura de fundo - mas é , acima de dramas heroicos sobre o enfrentamento da doença, uma história que traz uma ótica sobre conviver com momentos difíceis e ainda assim, optar por tentar , apreciando o que há de delicado no mundo.
Dói alguns momentos tentar se colocar no lugar de Hazel  - como sempre faço com os protagonistas dos livros que leio- mas é uma dor que, de forma grandiosa tira algumas escamas do que você sente e da sua perspectiva sobre o que está perto de você, das pessoas que te cercam.

05 outubro 2012

Eu fui a melhor amiga de Jane Austen

Creio que só realmente não foi este meu caso por estarmos em épocas distintas ... Mas longe de brincadeiras, este é um livro que qualifico como gracioso. É uma doce história sobre a adolescência de Jenny Cooper e claro, Jane Austen.
O enredo traça a personalidade da protagonista, sta. Cooper que demonstra ser extremamente tímida (sentindo suas bochechas arderem ao menor comentário gentil ou galanteador); Jenny é órfã de pai e mãe, tendo somete um irmão com quem não tem proximidade e que está casado com Augusta, uma criatura superficial e dramática que não se interessa nem um pouco pelo bem estar da pequena Cooper. Depois da morte da mãe, Jenny é enviada a uma escola interna junto de sua prima Jane Austen. O livro é feito a partir descrições da própria Jenny em relatos ao seu diário no ano de 1791.
Quem conhece Jane Austen não se decepciona quando lê um pouco mais de bailes com intermissões entre o olhar dos pares, vestidos de musselina coloridos com ou sem caudas chamando atenção, flertes delicados e intervalos permeados em momentos divertidos ou doces.
É sim um livro meigo! Pra quem ainda não conhece os romances de minha amiga Jane, vale a pena ler um pouquinho do açúcar desse livro para ter um empurrãozinho antes das leituras imperdíveis de Orgulho e Preconceito, Emma, Persuasão, Razão e Sensibilidade...
Um detalhe. É um livro bem juvenil mas nem por isso deixa de ser encantador :)



23 julho 2012

O Morro dos Ventos Uivantes

Emily Brontë tem uma capacidade única para dar vida a personagens intensos. A narrativa de O Morro dos Ventos Uivantes (Wuthering Heights) - único romance escrito pela autora- é feita pelo sr. Lockwood sobre seus colóquios com a senhora Nelly, governanta  de sua casa e responsável por tudo o que virá ao conhecimento deste senhor. O amor doentio e arrebatador de Catherine e Heathcliff (senhorio do narrador) é o que envolve todos os personagens da história.  Consequências letais serão emocionalmente frisadas e sentimentos como ódio, vingança, desespero, paixão, medo, ciúme e mais outros não tão saudáveis irão pulsar durante todo o romance em um misto de ansiedade e expectação que colocaram-me -sinceramente- aflita em vários momentos. Afinal, pode alguém chegar ao fundo do que sente em delírio e morte por causa de um amor infantil? Emily Brontë fez-se mestre em mostrar que sim e evidenciou com grandeza a forma como podem surgir tragédias em meio a tanto amor.
Preciso dizer que lembrei-me do sr. Chico Xavier lendo este livro ao dizer que "Finalmente, o ódio, que julgas ser a antítese do amor, não é senão o próprio amor que adoeceu gravemente."
É um clássico enfim, sobre o adoecimento do amor que merece atenção e reflexão sobre consequências e encadeamentos.

12 julho 2012

Gandhi

Mohandas Karamchand Gandhi é o nome de nosso abençoado Mahatma ("grande alma") Gandhi. O filme de 1988, do diretor Richard Attenborough conta com a atuação de Ben Kingsley, ator de delicadeza incrível em sua interpretação e que possui traços muitíssimo semelhantes ao do verdadeiro Gandhi.

O filme tem início na Índia, no momento em que vítima de três tiros, Gandhi, aos 78 anos é assassinado por um nacionalista hindu de pouco mais de trinta anos. Durante sua vida, lutou pela não-violência de forma a evidenciar as injustiças de forma inteiramente pacífica. Com coragem e resignação trabalhou pela independência da Índia subjugada ao governo britânico de forma que houvesse liberdade ao seu povo.

A história é narrada com detalhes brilhantes e a fotografia do filme, ainda de 1988 transporta quem assiste ao momento da história por ter tamanha beleza e fidelidade aos momentos da vida de Gandhi. São 188 minutos encantadores e emocionantes com momentos de dor incrível e de alívio também. A mensagem do filme, no entanto é de uma doçura inexplicável (ou se explica no amor?):

 "Quando desespero, lembro-me que, ao longo da historia, sempre triunfou a verdade e o amor. Houve tiranos e assassinos que durante um momento podem parecer invenciveis, mas, ao final, sempre caem. Tenham presente. Sempre." Gandhi

29 maio 2012

meme

Minha querida Mimis me indicou pra esse meme -o que me deixou muito feliz! Não vou indicar ninguém porque todo mundo que pensei já foi indicado :)

REGRAS:
- Completar todas as frases.
-  Repassar o meme para 5 pessoas e avisá-las sobre.
- Ao repassar as frases, você pode optar por manter as mesmas ou inventar outras.

FRASES:
01) Sou muito esperançosa. acredito demais nas potencialidades das pessoas como algo latente as vezes.
02) Eu não suporto músicas altas demais e de mau gosto quando quero dormir.
03) Eu nunca consigo terminar uma dieta no tempo que determino. hauhauaha
04) Eu já abri mão do que queria pra que quem eu gosto ficasse bem.
05) Quando criança, tinha certeza que o coelho da lua olhava minhas bagunças e que se eu não as arrumasse contaria pra minha vó. Aí sim teria problema! Era um belo de um fofoqueiro esse coelho da lua.
06) Neste exato momento, eu queria mesmo é terminar todos os livros que tenho pra ler sem sentir sono durante a madrugada ou sem me desconcentrar durante as teorias sem fim.
07) Eu morro de medo de barulhos que parecem pessoas entrando na minha casa e de quando saio de madrugada de carro. 
08) Eu sempre gostei de dançar sozinha.
09) Se eu pudesse, teria um jardim só meu!
10) Fico feliz quando recebo abraço de pessoas especiais.
11) Se pudesse voltar no tempo, deixaria de ter falado muita besteira e me mantido calada mais vezes.
12) Adoro assistir a chuva forte formando enxurrada e fazendo carros flutuarem na minha rua. é trágico pelos prejuízos mas é quase um filme!
13) Quero aprender a tocar piano!
14) Eu preciso aprender a ser mais calma internamente.
15) Não gosto muito de muitas pessoas falando sem nexo ou disciplina.

07 maio 2012

Respeito

Qual o limite entre passividade e orgulho? Quando as vezes uma pessoa me agride de alguma forma e que sentindo-me incomodada preciso trabalhar a mágoa  (pra que não venha a ser psicossomática mais tarde) reflito infinitamente antes de abrir a boca pra contrariar esse pensamento alheio ao meu. Sinto que, como alfinetes - muito agudos e desnecessários as vezes- algumas situações são colocadas em nossas vidas. Aí vem um convívio nem um pouquinho adocicado e muito pelo contrário, impressionante aos nossos sentidos com sinestesia absurda. Ai! repito, ai! Não me resguardo em falsas justificativas ou piedades não cabíveis já que tenho consciência - em migalhas - do quanto sou medíocre e ignorante perante muita coisa. Eu erro, eu erro sentindo o que não queria sentir. Mas erro muito mais e acima de qualquer coisa não abreviando o incômodo que vai sim me fortalecer. Preciso muitas das vezes que fico com algo que não consigo engolir e que me deixa angustiada, colocar em letras o que meu peito sussurra aos berros à minha mente. Insanidade seria não dar ouvidos à dor. Ah, dor. Dor que vem da necessidade de aprender questionando o quanto eu não sei ainda diante de situações que preciso remediar. Até onde é oportuno abaixar a cabeça diante da ignorância e demência assustadoras que as pessoas demonstram ter? Penso que diante das coisas que aprendo e por respeito a cada gota de suor que meu corpo transpirou, assim como por respeito a todos os tombos que levei nessa vida, penso que, ora, ainda há muito o que discernir.

16 abril 2012

"If you are a bird, I am a bird."


Minha mente tem estado inquieta quando penso em alguns detalhes aos quais me detenho profunda e intensamente. Toda manhã quando estou em minha sala de aula, na Psicologia, observo de onde fico um fio de energia onde estacionam-se vários -muitos mesmo!- passarinhos. Ora, como consigo me sentir a vontade quando converso com eles, já sinto-me bastante amiga e mesmo íntima destes pequenininhos. São incríveis. Quando estou em profunda cisma sobre qualquer aspecto que insiste em confundir minha imaginação irrefreável olho à janela procurando-os.Ah quando eles não estão lá! Quando preciso que eles cheguem e se atrasam; Sinto-me só enquanto não pousam naquele fiozinho por um pouco. Ao observar que vieram alivio-me. Parece que posso respirar fundo e num suspiro esvaziar o que dói. Efêmeros esses meus amigos. Nunca os sei quem são, seus nomes, suas espécimes. Nunca. Mas são delicadíssimos e mesmo muito discretos. Colhem em minhas reflexões todo peso e angústia que nelas depositei até aquele momento sem reclamarem se é dor muita pra um passarinho só, ou se terão de trabalhar muito para que o vento aceite levar tantos ais revigorando-os em ar puro. Aí vem o suspiro. São tão breves nesse processo imenso e complicado que impressiono-me com sua rapidez. Quando penso que eles chegaram e respiro... nossa! O ar puro já chegou.

(obs.: olhem o beija-florzinho conversando com o passarinho do cabeçalho! )

27 março 2012

Abstração


Quando de manhã acordo de uma noite com horas contadas pro dia seguinte, fico pensando em muitas coisas que por vezes me angustiam. Caminho todo dia pra minha faculdade um pouco mais que 3km a pé. É engraçado  quando tem um percurso assim por fazer dia pós dia ( todos deveria ter no mínimo 2km diários!). Observo faces, expressões, comportamentos aleatórios e fico realmente em uma mar de questionamentos que fazem minha mente extravasar limites de possibilidades criativas - ah, já não é mais criatividade, tem ultrapassado esses limites.
Fico pensando o que leva as pessoas a passarem em suas vidas por algumas circunstâncias. Por que vejo sorrisos abertos ou rostos ansiosos ou desconfiados? Por que cada um carrega o que carrega e qual afinal a consequência de cada minuto que essas pessoas vivem?
Abstraindo um pouco minhas angústias, me permito sentir como se o próprio vento ou os pássaros estivessem me envolvendo. Sinto alívio quando penso em companhias, em companheiros assim!
Me dizem que sou sonhadora demais, que creio demais nas pessoas, sou muito otimista. Penso que não conseguem ver-me afinal. Declaro que acima de qualquer otimismo sou um ponto de interrogação. Constranjo-me diante de minhas curiosidades que me fazem ter peito dolorido as vezes por não ter soluções imediatas. Como então responder a pessoas que não questionam, não tentam entender mentes ou histórias de vida? Como explicar o que eu sinto por alguém se não busco raizes motivacionais àquela pessoa, ou se, simplesmente minha vaidade ou orgulho são suficientemente esbanjadores a ponto de não perceber o que eu passo pra quem está perto de mim, ou o que eu poderia fazer por alguém?
Tenho pensado muito na complexidade que envolve cada pessoa, cada história ou sentimento.
Crianças desnutridas, idosos invalidados pela sociedade, pessoas deprimidas, angustiadas, medrosas. O pior: medrosas em relação a opiniões.
Quando não se fere o limite do outro é bem possível compreender também nossos limites e fazer alguma coisa que amenize o que está ao nosso entorno ou tudo o que passa dentro de nós. 
Precisava falar. Tem um nó enorme dentro de mim hoje.

28 janeiro 2012

Alma

Enquanto meus pés sentem -descalços- folhas que se quebram em minúsculos estalos, procuro tocar com as pontas dos meus dedos o que de mais leve posso sentir. O vento que antes assoprava e em que momentos gritou meu nome sem que eu quisesse responder, as gotas não mui leves que me angustiaram e insistiram em cair sobre meu rosto; Vê que tem sido confuso e mesmo confidencialíssimo tudo isso que as vezes sinto? Um furacão que roça minha garganta e que, por vezes incontáveis engulo seco pra que não venha a tona. Acho que isso deve ser mais ou menos crescer.
Na minha falta de termos explícitos ou objetividade necessária procuro argumentos internos que me levam a calafrios. Correm um por um esses tremorezinhos por minhas vértebras e antes que a cervical seja tocada já passou a vontade de falar. Mas porque afinal gastar palavras com ignorantes, com infantis, com imaturos? Ah, mundo caminheiro- sem fim mesmo - que ousa mostrar em espelhos brilhantes o que nossas pupilas dilatam para não ver. Ah mundo cansado que precisa regenerar.  Terra querida, escuta que te quero tomar no colo, que te quero fazer acalmar as dores por vezes tão intensas. Não deveria, planeta meu, ser tão pequena por tanta dor que já sofreu. Mas ah, o tempo continua infinito e não cansa de dar tombos em quem insiste em fraquejar.
Ombros doem pra quê? Se a noite vem quietinha sibilando conselhos venturosos àqueles que se dispõem escutar. Tomo-te então pra mim, tempo que vai, e rastejo no que posso seus ponteiros pra que não me seja ignorada lição alguma, ainda mesmo que alfinetada.

18 janeiro 2012

Renúncia

Mais uma indicação literária, não vou me cansar. Este é um livro que me fez meditar bastante sobre o quanto podemos crescer sendo simples e humildes de coração. É uma psicografia do médium querido, senhor Francisco Cândido Xavier ( o Chico), do espírito Emmanuel.
Alcíone, esse nome que guarda reminiscências que extrapolam nossa imaginação; nome este que envolve um espírito que retorna a Terra renunciando seu alívio já conquistado em altiplanos espirituais em favor de um amor que está caído - caído em orgulho, vaidade e erros acumulados através de tentativas de reequilíbrio em outras reencarnações frustradas.
Não é uma história que passa no Plano dos Espíritos mas antes,  pelo contrário, tem como cenário a França de Luís XIV.
Descrever a beleza psicológica e emocional de Alcíone é impossível. É no entanto inspirador para nossas ações e pensamentos aqui, da nossa insignificância espiritual. 
Pra quem gosta de livros muito bem escritos e inspiradores, não devia deixar de ler.

De coração,
~

Fiquei muitíssimo feliz com os comentários do post anterior. Vocês me deixaram tão encantada...! Obrigada